Ana Carolina nasceu prematura extrema de 27 semanas no dia 03/02/2004, com 750 gramas e 35 cm. Foram 75 dias na UTI, mais de um mês de intubação e só após 45 dias de seu nascimento tivemos a oportunidade segurar nossa filha no colo. Ana teve várias infeccções, precisou ser hemotransfundida, ficou até seus dois meses ligada no oxigênio e então teve uma hemorragia cerebral de grau muito elevado.Depois de ter passado por tudo isso vimos o quanto nossa filha lutava para viver.
    Com três meses de vida Ana finalmente recebe alta e passamos para uma nova etapa. Agora, médicos de diversas especialidades passaram a fazer parte da rotina de nossa filha.Terapias e exames eram procedimentos diários sem contar as inúmeras crises asmáticas e frequentes pneumonias que resultavam em sucessivas internações.

    Descobrimos então que, os bebês prematuros extremos como Ana, geralmente desenvolvem Paralisia Cerebral, ou seja, possuem um atraso, tanto no desenvolvimento motor, quanto no cognitivo e, por isso, demoram a se assentar, engatinhar e andar.

    A chegada de nossa filha trouxe sentido para nossas vidas. Cada vitória sua enchia nossos corações de coragem para enfrentar os novos desafios, superar os problemas e perceber que tudo aquilo que passamos valia a pena.A cada momento experimentavamos o melhor sentimento de nossas vidas, uma satisfação impossível de mensurar.

    Hoje , nos fica muito claro o quanto Ana é amada e o quanto ela nos é especial. Não importa o quanto  façamos para ela, sempre será pouco pelo tanto que ela nos faz. Ana é sem dúvida a maior guerreira de toda essa história, é ela que sempre procura, que acredita e nos incentiva; basta ela dizer “Vamos vencer, se Deus quiser vou andar.” pra que a gente perceba o quão merecedora ela é.Eu me tornando pai com apenas 22 anos e minha esposa com 20 nunca imaginamos que nosso amadurecimento seria tão notório. Sei que ser pai/mãe de um filho especial é um dom de poucos e que estes merecem minhas parabenizações,pois somos guerreiros do dia a dia.